31.5.13

A Ciência do Bem e do Mal

"E, como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus,... o seu coração insensato se obscureceu." Rom. 1:28 e 21.
Posto que fossem criados inocentes e santos, nossos primeiros pais não foram colocados fora da possibilidade de fazer o mal. Deus poderia tê-los criado sem a faculdade de transgredir Suas ordens, mas em tal caso não poderia haver desenvolvimento de caráter; serviriam a Deus não voluntariamente, mas constrangidos. Portanto Ele lhes deu o poder da escolha, a saber, o poder de prestar ou não obediência. E antes que pudessem receber, em sua plenitude, as bênçãos que Ele lhes desejava transmitir, seu amor e fidelidade deveriam ser provados.
No Jardim do Éden estava "a árvore da ciência do bem e do mal. ... E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás". Gén. 2:9, 16 e 17. Era a vontade de Deus que Adão e Eva não conhecessem o mal. A ciência do bem lhes havia sido dada livremente; mas o conhecimento do mal - o pecado e seus resultados, o trabalho fatigante, os cuidados, as decepções e a aflição, a dor e a morte - foi-lhes amorosamente vedado.
Enquanto Deus procurava o bem do homem, Satanás procurava a sua ruína. Quando Eva, desatendendo ao aviso do Senhor relativo à árvore proibida, se arriscou a aproximar-se dela, entrou em contato com seu adversário. Tendo-se despertado seu interesse e curiosidade, Satanás prosseguiu negando a Palavra de Deus e insinuando a desconfiança em Sua sabedoria e bondade. À declaração da mulher relativa à árvore da ciência - "Disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais" - replicou o tentador: "Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." Gén. 3:3-5.
Satanás queria fazer parecer como se este conhecimento do bem de mistura com o mal fosse uma bênção, e que, proibindo-lhes tomar do fruto da árvore, Deus os estivesse impedindo de um grande benefício. Ele insistia em que fora por causa de suas maravilhosas propriedades para comunicar sabedoria e poder, que Deus lhes havia proibido prová-lo; que Ele estava assim procurando impedi-los de atingir um desenvolvimento mais nobre e encontrar maior felicidade. Declarou que ele mesmo havia comido do fruto proibido, e como resultado adquirira o poder da fala; e que se dele comessem também, alcançariam uma esfera de existência mais elevada e entrariam em um campo mais vasto de conhecimentos.
Conquanto declarasse Satanás ter recebido grande benefício, comendo da árvore proibida, não deixou transparecer que pela transgressão tinha sido ele expulso do Céu. Ali se encontrava a falsidade, tão oculta sob a capa da verdade aparente que Eva, absorta, lisonjeada, iludida, não percebeu o engano. Cobiçou o que Deus havia proibido; desconfiou de Sua sabedoria. Repeliu a fé, a chave do saber.
Quando Eva viu "que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu". Gén. 3:6. Era agradável ao paladar, e enquanto comia, pareceu-lhe sentir um poder vivificador, e imaginou-se entrando em uma superior condição de existência. Havendo já transgredido, tornou-se tentadora a seu marido, e "ele comeu". Gén. 3:6.
"Abrirão os vossos olhos", disse o inimigo, "e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." Gén. 3:5. Abriram-se-lhes em verdade os olhos, mas quão triste foi! O conhecimento do mal, a maldição do pecado, foi tudo o que ganharam os transgressores. O fruto nada tinha propriamente de venenoso, e o pecado não consistiu meramente em ceder ao apetite. Foi a desconfiança da bondade de Deus, descrença em Sua palavra, e a rejeição de Sua autoridade que tornaram nossos primeiros pais transgressores, e que trouxeram a este mundo o conhecimento do mal. Foi isto que abriu a porta para todas as espécies de falsidades e erros.
O homem perdeu tudo porque preferiu ouvir ao enganador em vez de Àquele que é a verdade, que unicamente tem o entendimento. Por misturar o mal com o bem, sua mente se tornou confusa, e entorpecidas suas faculdades mentais e espirituais. Não mais poderia apreciar o bem que Deus tão livremente havia concedido.
Adão e Eva tinham escolhido a ciência do mal; e se em algum tempo recuperassem o lugar que haviam perdido, deveriam fazê-lo sob as condições desfavoráveis que sobre si tinham acarretado. Não mais deveriam habitar o Éden, pois em sua perfeição não lhes poderia ensinar as lições cuja aprendizagem agora lhes era essencial. Com indizível tristeza despediram-se daquele belo ambiente, e saíram para habitar na terra onde repousava a maldição do pecado.
Adão disse Deus: "Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás." Gén. 3:17-19.
Se bem que a terra estivesse maculada pela maldição, a natureza devia ainda ser o guia do homem. Não poderia agora representar apenas bondade; pois o mal se achava presente em toda parte, manchando a terra, o mar e o ar, com seu contato corruptor. Onde se encontrara escrito apenas o caráter de Deus, o conhecimento do bem, agora se achava também escrito o caráter de Satanás, a ciência do mal. Pela natureza, que agora revelava o conhecimento do bem e do mal, devia o homem ser continuamente advertido quanto aos resultados do pecado.
No tombar da flor e no cair da folha, Adão e sua companheira testemunhavam os primeiros sinais da decadência. Vinha-lhes à mente, de maneira vívida, o fato cruel de que todas as criaturas vivas deveriam morrer. Mesmo o ar, de que dependia a sua vida, continha os micróbios da morte.
Continuamente se lembravam também de seu domínio perdido. Entre os seres inferiores, Adão se achara como rei, e enquanto permaneceu fiel a Deus, toda a natureza reconheceu o seu governo; mas, transgredindo ele, foi despojado deste domínio. O espírito de rebelião a que ele próprio havia dado entrada, estendeu-se por toda a criação animal. Assim, não somente a vida do homem, mas a natureza dos animais, as árvores da floresta, a relva do campo, o próprio ar que ele respirava, tudo apresentava a triste lição da ciência do mal.
Entretanto o homem não ficou abandonado aos resultados do mal que havia escolhido. Na sentença pronunciada sobre Satanás era já sugerida uma redenção. "Porei inimizade entre ti e a mulher", disse Deus, "e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar." Gén. 3:15. Esta sentença proferida aos ouvidos de nossos primeiros pais, era-lhes uma promessa. Antes de ouvirem acerca dos espinhos e cardos, de trabalhos e tristezas que deveriam ser o seu quinhão, ou do pó a que deveriam voltar, ouviram palavras que não poderiam deixar de lhes dar esperança. Tudo que se havia perdido, rendendo-se a Satanás, poderia ser recuperado por meio de Cristo.
O mesmo nos é sugerido também pela natureza. Apesar de maculada pelo pecado, ela fala não somente da criação mas também da redenção. Posto que a terra testifique da maldição, com sinais evidentes de decadência, é ainda rica e bela nos indícios de um poder que confere vida. As árvores lançam suas folhas apenas para se vestirem de folhagem mais vicejante; as flores morrem, para brotar com nova beleza; e em cada manifestação do poder criador existe a segurança de que podemos de novo ser criados em "justiça e santidade". Efés. 4:24. Assim as próprias coisas e operações da natureza que tão vividamente nos trazem ao espírito nossa grande perda, tornam-se mensageiros da esperança.
Até onde se estenda o mal, é ouvida a voz de nosso Pai ordenando a Seus filhos que vejam nos resultados daquele a natureza do pecado, admoestando-os a esquecer o mal, e convidando-os a receber o bem.
Educação - E.G.White

18.5.13

O Pão da Vida Renova a Natureza Espiritual

Este é o pão que desce do Céu, para que todo o que dele comer não pereça. João 6:50.

Há grande necessidade de manter o próprio eu sob controlo quando estamos à espreita para aproveitar-nos de um passo em falso da parte de um irmão, de uma irmã ou de um amigo. Embora não reconheçamos que o objetivo de difamar a outra pessoa é exaltar o próprio eu, a exaltação de si mesmo está por trás da prática de notar as faltas dos outros. Toda pessoa deve se lembrar que é melhor estar de sobreaviso, e fazer caminhos retos para os próprios pés, para que não se extravie o que é manco. Nenhum de nós corre o perigo de ser muito devoto, ou de possuir demasiada semelhança de caráter com Cristo. O remédio para a diferença com Cristo e não dar motivo para que seja difamado o vosso bom nome, é viver humildemente, e continuar olhando para Jesus com devota vigilância, até ser transformado à semelhança de Seu belo caráter.
A pessoa não pode satisfazer-se com formas, máximas e tradições. O clamor da alma deve ser: dai-me o pão da vida; oferecei um copo cheio a minha ressequida natureza espiritual, para que eu seja reanimado e revigorado; mas não vos intrometais nem vos interponhais entre mim e o meu Redentor. Deixai-me vê-Lo como meu ajudador, como homem de dores e que sabe o que é padecer. Tu, ó Senhor, precisas ser o meu ajudador. Tu foste ferido pelas minhas transgressões, moído pelas minhas iniquidades,... e por Tuas pisaduras eu fui sarado.
Cristo foi crucificado pelos nossos pecados, e ressuscitado do sepulcro aberto para nossa justificação; e Ele proclama em triunfo: "Eu sou a ressurreição e a vida." João 11:25. Jesus vive como nosso intercessor perante o Pai. Ele levou os pecados do mundo inteiro, e não fez de um homem mortal um portador de pecados para outros. Nenhum homem pode suportar o peso de seus próprios pecados. O Crucificado levou todos eles, e toda pessoa que n´Ele crê não perecerá, mas terá vida eterna.
O discípulo de Cristo será habilitado por Sua graça para toda provação e prova, ao buscar a perfeição de caráter. Se desviar o olhar de Jesus para alguma outra pessoa, ou para alguma outra coisa, ele às vezes cometerá erros; mas logo que é advertido de seu perigo, fixa novamente os olhos em Jesus, no qual se concentra sua esperança de vida eterna, e coloca os pés nas pegadas de seu Senhor e prossegue a jornada com segurança. Alegra-se, dizendo: Ele vive, e é o meu intercessor perante Deus. Ele ora por mim. É o meu advogado e me reveste da perfeição de Sua própria justiça. Isto é tudo que eu solicito para ser habilitado a suportar vergonha e opróbrio por causa do Seu precioso nome. Se Ele permitir que eu sofra perseguição, dar-me-á graça e o conforto de Sua presença, para que o Seu nome seja glorificado por meio disso. Review and Herald, 12 de maio de 1896.
O Estudo da Bíblia Fortalece o Intelecto
Tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança. Rom. 15:4.
Não há nada mais adequado para fortalecer o intelecto, do que o estudo da Bíblia. Nenhum outro livro é tão poderoso para elevar os pensamentos e dar vigor às faculdades, do que as amplas e enobrecedoras verdades da Bíblia. Se a Palavra de Deus fosse estudada como deveria ser, os homens teriam uma largueza de vistas e uma nobreza de caráter que raramente se vêem nestes tempos.
Nenhum conhecimento é tão firme, tão consistente, e de tão longo alcance, como o que é obtido pelo estudo da Palavra de Deus. Se não houvesse outro livro no vasto mundo, a Palavra de Deus, posta em prática pela graça de Cristo, tornaria o homem perfeito neste mundo, com um caráter apto para a futura vida imortal. Os que estudam a Palavra, aceitando-a pela fé como a verdade, e introduzindo-a no caráter, serão completos nAquele que é tudo em todos. Graças a Deus pelas possibilidades oferecidas à humanidade! ...
O tempo dedicado ao estudo da Palavra de Deus e à oração dará em paga o cêntuplo.
A Palavra de Deus é a semente viva e, quando essa semente é lançada na mente, o instrumento humano precisa dar diligente atenção às etapas sucessivas de seu crescimento. Como isso deve ser feito? Depois que a Palavra foi recebida com oração, ela deve ser acalentada e posta em prática na vida diária. Deve brotar e dar fruto, desenvolvendo primeiro a erva, depois a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga.
Não basta estudar a Bíblia como se estudam outros livros. Para que seja compreendida salvificamente, o Espírito Santo precisa agir no coração do pesquisador. O mesmo Espírito que inspirou a Palavra precisa inspirar o leitor da Palavra. Então será ouvida a voz do Céu. A linguagem do coração será: "Tua Palavra, ó Deus, é a verdade!"
A simples leitura da Palavra não produzirá o resultado que o Céu tem em vista; ela precisa ser estudada, e acalentada no coração. O conhecimento de Deus não é obtido sem esforço mental. Devemos estudar diligentemente a Bíblia, pedindo a Deus que nos dê a ajuda do Espírito Santo, para que possamos compreender Sua Palavra. Devemos tomar um verso e concentrar a mente na tarefa de determinar o pensamento que Deus pôs nesse verso para nós. Devemos demorar-nos nesse pensamento até que se torne nosso e saibamos "o que diz o Senhor". ...
A Palavra de Deus é o pão da vida. Os que comem e assimilam essa Palavra, tornando-a uma parte de toda ação e de todo atributo do caráter, fortalecem-se na força de Deus. Ela concede imperecível vigor à vida, aperfeiçoando a experiência e trazendo alegrias que subsistirão para sempre. Signs of the Times, 25 de junho de 1902.
Tesouros da Verdade Revelados
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Mat. 5:6.
Todos os que recebem no coração a mensagem do evangelho, almejarão proclamá-la. O amor de Cristo, de origem celeste, precisa encontrar expressão. Os que se revestiram de Cristo relatarão sua experiência, descobrindo passo a passo a direção do Espírito Santo - sua sede e fome de conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, a quem enviou, o resultado de esquadrinhar as Escrituras, suas orações, sua agonia de alma e as palavras de Cristo a eles: "Teus pecados te são perdoados." Luc. 5:20. É antinatural que qualquer pessoa mantenha em secreto estas coisas; e quem está possuído do amor de Cristo não o fará.
Na mesma proporção em que o Senhor os tornou depositários da verdade sagrada, será seu desejo que outros recebam a mesma bênção. Divulgando os ricos tesouros da graça de Deus, ser-lhes-á concedido mais e mais da graça de Cristo. Terão o coração de uma criancinha em sua simplicidade e obediência irrestrita. Sua alma almejará a santidade e ser-lhes-á revelado sempre mais dos tesouros da verdade e da graça, para serem dados ao mundo.
O grande repositório da verdade é a Palavra de Deus - a Palavra escrita, o livro da Natureza e o livro da experiência no trato de Deus para com a vida humana. Eis os tesouros, de que os coobreiros de Cristo devem prover-se. Na pesquisa da verdade devem confiar em Deus e não na inteligência dos grandes homens, cuja sabedoria é loucura para Deus. O Senhor comunicará ao inquiridor o conhecimento de Si mesmo, pelos canais por Ele prescritos.
Se o seguidor de Cristo crer em Sua Palavra e praticá-la, não haverá Ciência no mundo natural, que não possa compreender nem apreciar. Nada há que não lhe forneça meio de partilhar a verdade com outros. A história natural é um tesouro de conhecimentos em que todo estudante na escola de Cristo, pode abeberar-se. Contemplando o encanto da Natureza, estudando suas lições no cultivo do solo, no crescimento das árvores, em todas as maravilhas da terra, mar e céu, advir-nos-á percepção nova da verdade. Os mistérios ligados ao proceder de Deus para com os homens, as profundezas de Sua sabedoria e penetração, vistos na vida humana - verificar-se-á serem um depósito repleto de tesouros.
Mas, na Palavra escrita é que está revelado com maior clareza o conhecimento de Deus ao homem caído. Este é o repositório das inexauríveis riquezas de Cristo. ... As verdades da redenção são susceptíveis de desenvolvimento e expansão constantes. Embora velhas, são sempre novas, e revelam constantemente ao pesquisador da verdade maior glória e força mais potente. Parábolas de Jesus, págs. 125-127.
A Verdade em Cristo é Imensurável
Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e igualmente Eu vivo pelo Pai, também quem de Mim se alimenta por Mim viverá. João 6:57.
Incomensurável é a verdade em Cristo e mediante Cristo. O estudante da Escritura, por assim dizer, contempla uma fonte que se aprofunda e amplia à medida que mira sua profundeza. Nesta vida não entenderemos o mistério do amor de Deus em entregar Seu Filho para propiciação por nossos pecados. A obra de nosso Redentor na Terra é e sempre será assunto que há de exigir o máximo de nossa mais arguta imaginação. O homem pode empenhar toda a sua faculdade mental no esforço de penetrar este mistério, mas a sua capacidade de compreensão desfalecerá e fatigar-se-á. O pesquisador mais esforçado ver-se-á diante de um mar ilimitado e sem praias.
A verdade, como é em Jesus, pode ser experimentada mas nunca explicada. Sua altura, largura e profundidade ultrapassam nosso entendimento. Podemos exercitar ao máximo a imaginação, e veremos então só tenuemente a fímbria de um amor inexplicável, tão alto quanto o Céu, mas que baixou à Terra para gravar em toda a humanidade a imagem de Deus.
Todavia nos é possível ver tanto da misericórdia divina quanto podemos suportar. Ela será desvendada à alma contrita e humilde. Compreenderemos a misericórdia de Deus justamente na proporção em que apreciamos o Seu sacrifício por nós. Esquadrinhando com humildade de coração a Palavra de Deus, descerrar-se-á à nossa pesquisa o grande tema da redenção. Ele aumentará de fulgor à medida que o contemplarmos, e, à medida que desejarmos entendê-lo, sua altura e profundidade crescerão.
Nossa vida deve estar ligada à vida de Cristo, dEle receber continuamente, participar dEle, o pão vivo que desceu do Céu, e prover-se de uma fonte sempre fresca, que sempre produz copioso tesouro. Se tivermos o Senhor sempre diante de nós, e deixarmos o coração transbordar em ações de graças e louvores a Ele, teremos frescor contínuo em nossa vida religiosa. Nossas orações terão a forma de um colóquio com Deus, como se falássemos com um amigo. Ele nos falará pessoalmente de Seus mistérios. Amiudadamente advir-nos-á um senso agradável e alegre da presença de Jesus. O coração arderá muitas vezes em nós, quando Ele Se achegar para comungar conosco, como o fazia com Enoque. Quando esta for em verdade a experiência do cristão, ver-se-lhe-ão na vida, simplicidade, mansidão, brandura e humildade de coração, que mostrarão a todos os que com ele mantêm contato, que esteve com Jesus e dEle aprendeu.
Naqueles que a possuem, a religião de Cristo revelar-se-á um princípio vitalizante e penetrante, uma energia viva, operante e espiritual. Manifestar-se-ão a força, o frescor e a alegria da juventude perpétua. Parábolas de Jesus, págs. 128-130.
Comparar uma Passagem com Outra
Porque é preceito sobre preceito, preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra; um pouco aqui, um pouco ali. Isa. 28:10.
Somos muito gratos porque temos a segura palavra profética, de modo que nenhum de nós precisa ser enganado. Sabemos que no tempo presente há heresias e fábulas em nosso mundo, e precisamos saber o que é a verdade. Compete-nos estudar diligentemente por nós mesmos, para que possamos obter esse conhecimento. Não podemos fazê-lo com a simples leitura das Escrituras, mas precisamos comparar uma passagem com outra. Precisamos examinar as Escrituras por nós mesmos, para que não sejamos desencaminhados; e embora muitos sejam desencaminhados porque em nosso mundo há doutrinas de todo o tipo, existe uma só verdade. Muitos poderão aproximar-se de vós e dizer-vos que têm a verdade, mas é vosso privilégio examinar as Escrituras por vós mesmos. "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva." Isa. 8:20. Precisamos conhecer as Escrituras por nós mesmos, para que possamos compreender a verdadeira razão da esperança que há em nós.
O apóstolo nos diz que devemos dar a todo aquele que no-la pedir, a razão da esperança que há em nós, com mansidão e temor. "A revelação das Tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples." Sal. 119:130. Não basta ler meramente; mas a Palavra de Deus precisa penetrar em nosso coração e em nosso entendimento, para que sejamos firmados na bendita verdade. Se deixarmos de examinar as Escrituras por nós mesmos, para sabermos o que é a verdade, então, se formos desencaminhados, seremos responsáveis por isso. Precisamos examinar as Escrituras diligentemente, para que saibamos todas as condições que o Senhor nos deu; e se a nossa capacidade mental é limitada, examinando diligentemente a Palavra de Deus podemos tornar-nos poderosos nas Escrituras e explicá-las a outros. ...
Se estais firmados nas Escrituras, sentireis a responsabilidade, e examinareis as Escrituras por vós mesmos, de modo que sejais um auxílio para outros. Pois bem, as igrejas pequenas, embora sejam poucas, podem ser um poder para a verdade. Cada um deve sentir que pesa sobre ele a solene responsabilidade de edificar sua pequena igreja na fé santíssima. O próprio fato de que só há alguns deve fazer com que cada membro individual busque mui fervorosamente viva ligação com Deus; pois a transmissão da verdade aos que vos rodeiam depende das influências que exerceis.
Cristo disse: "Vós sois a luz do mundo"; (Mat. 5:14) portanto, deveis fazer todo o esforço possível para deixar brilhar essa luz. A única maneira de saber que tendes a verdadeira luz do Céu, é comparar a luz que recebestes com as Escrituras. ... Foi ordenado a Josué: "Sê forte e corajoso"; (Jos. 1:9) pois há uma grande obra à vossa frente. Review and Herald, 3 de abril de 1888.
A Bíblia é seu Próprio Intérprete
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. II Tim. 2:15.
A Bíblia interpreta-se a si mesma. Um texto deve ser comparado com outro. O estudante deve aprender a encarar a Palavra como um todo, e ver a relação de suas partes. Deve adquirir conhecimento de seu grandioso tema central, ou seja, do propósito original de Deus em relação ao mundo, da origem do grande conflito, e da obra da redenção. Deve compreender a natureza dos dois princípios que contendem pela supremacia, e aprender a divisar sua operação através dos relatos da história e profecia, até a grande consumação. Deve ver como este conflito entra em todos os aspectos da experiência humana. Como em cada ato da vida ele próprio revela um ou outro dos dois motivos antagônicos; e como, quer ele queira quer não, está agora mesmo a decidir de que lado do conflito se encontrará.
Toda a Bíblia é dada por inspiração de Deus, e é proveitosa. Devemos dar atenção ao Antigo Testamento, não menos que ao Novo. Estudando o Antigo Testamento, encontraremos fontes vivas a borbulhar onde o descuidado leitor apenas divisa um deserto.
O Antigo Testamento derrama luz sobre o Novo, e o Novo sobre o Antigo. Cada qual é uma revelação da glória de Deus, em Cristo. Cristo, conforme foi manifestado aos patriarcas, conforme foi simbolizado no serviço dos sacrifícios, descrito na lei, e revelado pelos profetas, é a riqueza do Antigo Testamento. Cristo em Sua vida, Sua morte e Sua ressurreição; Cristo, conforme é manifesto pelo Espírito Santo, é o tesouro do Novo. Tanto o Antigo como o Novo Testamentos apresentam verdades que revelarão continuamente novas profundezas de sentido ao dedicado pesquisador. Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, págs. 462 e 463.
Cristo repreendeu os discípulos por sua morosidade de compreensão. ... Depois de Sua ressurreição, ao estar andando para Emaús com dois dos discípulos, Ele lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras, explicando-lhes o Antigo Testamento de tal maneira que viram nos seus ensinos um significado que os próprios escritores não tinham visto. ...
As palavras de Cristo são o pão da vida. Quando os discípulos comeram as palavras de Cristo, avivou-se-lhes o entendimento. Eles compreenderam melhor o valor dos ensinos do Salvador. Em sua compreensão desses ensinos, eles saíram da obscuridade do amanhecer para o brilho do meio-dia. Acontecerá a mesma coisa conosco ao estudarmos a Palavra de Deus. Signs of the Times, 4 de abril de 1906.
A obra de explicar a Bíblia pela própria Bíblia é a obra que deve ser feita por todos... os que têm plena consciência dos tempos em que vivemos. Carta 376, 1906.
A Sã Doutrina
Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério. II Tim. 4:3-5.
"A sã doutrina" é a verdade bíblica - verdade que promoverá piedade e devoção, confirmando o povo de Deus na fé. Sã doutrina significa muito para o que a recebe; e quer dizer muito, também, para o mestre, o ministro da justiça; pois onde quer que o evangelho seja pregado, todo obreiro, seja qual for seu ramo de serviço, ou é fiel, ou infiel à sua responsabilidade como mensageiro do Senhor.
Paulo escreveu outra vez: "Palavra fiel é esta: que, se morrermos com Ele, também com Ele viveremos; se sofrermos, também com Ele reinaremos; se O negarmos, também Ele nos negará; se formos infiéis, Ele permanece fiel: não pode negar-Se a Si mesmo. Traze estas coisas à memória, ordenando-lhes diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes." II Tim. 2:11-14.
Alguns que, nos tempos de Paulo, ouviam a verdade, levantavam questões que não eram de importância vital, apresentando as idéias e opiniões dos homens, e buscando desviar a mente do mestre das grandes verdades do evangelho, para discussões de doutrinas não essenciais, e solução de disputas sem importância. Paulo sabia que o obreiro de Deus deve ser bastante sábio para descobrir o desígnio do inimigo, e recusar-se a ser desviado. A conversão de almas deve ser a preocupação de seu trabalho; deve pregar a Palavra de Deus, mas evitar disputas. ...
Os ministros de Cristo hoje em dia acham-se no mesmo perigo. Satanás está operando continuamente para desviar-lhes a mente para direções errôneas, de maneira que a verdade perca sua força sobre o coração. ...
Homens de capacidade têm dedicado uma existência de estudo e oração à pesquisa das Escrituras, e todavia há muitas porções da Bíblia que não têm sido plenamente exploradas. Algumas passagens da Escritura nunca serão perfeitamente compreendidas até que, na vida futura, Cristo as explique. Há mistérios a serem elucidados, declarações que a mente humana não pode harmonizar. E o inimigo buscará levantar argumentos sobre esses pontos, que seria melhor não serem discutidos.
Um obreiro devoto, espiritual, evitará suscitar pequenas diferenças de teorias, e devotará suas energias à proclamação das grandes verdades fundamentais a serem dadas ao mundo. Ele indicará ao povo a obra da redenção, os mandamentos de Deus, a próxima vinda de Cristo; e verificar-se-á que nesses assuntos há suficiente matéria para reflexão. Obreiros Evangélicos, págs. 311-313.

13.5.13

Exaltai-O Como o Legislador Divino

As Reivindicações da Lei de Deus
Desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da Tua lei. Sal. 119:18.
Cristo veio a um povo que era enganado e iludido pelo demónio da ambição. Naquele tempo eles estavam sob o jugo romano, mas esperavam a vinda de Alguém que estabelecesse um reino do qual fossem excluídos todos os outros povos da Terra. Ele quebraria o jugo pagão, exaltaria o Seu povo e o guarneceria de príncipes. Todas as nações seriam intimadas a comparecer perante o Enviado de Deus e compelidas a render-se ou ser destruídas.
Constantemente surgiam profetas alegando ter mensagens especiais nesse sentido. Judá seria honrado como local de poder e glória. Os reinos do mundo e as riquezas dos gentios seriam colocadas a seus pés, e eles seriam exaltados como sacerdotes e reis para Deus. Os que não criam nessas grandes coisas para a nação judaica eram declarados infiéis. Se as suas orações não estivessem repletas dessas brilhantes expectativas, eram consideradas piores do que inúteis. ... As pessoas estavam tão fascinadas com as falsidades de Satanás que seu espírito se achava completamente desprevenido para o Cristo verdadeiro.
A obra de Cristo era expor aos homens o caráter de Seu reino, mostrando que nomes, posições e títulos não são nada, mas genuína virtude e um caráter santo constituem tudo à vista do Céu. Em Seu sermão no monte, as primeiras frases que Lhe saíram dos lábios eram de molde a lançar essas ambições por terra. "Bem-aventurados os humildes de espírito - disse Ele - porque deles é o reino dos Céus. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a Terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos Céus." Mat. 5:3-10.
Todo esse sermão foi uma explanação da lei. Cristo apresentou as amplas reivindicações da lei de Deus. Ele procurou corrigir-lhes as ideias fantasiosas enaltecendo sentimentos genuínos e proclamando uma bênção sobre os traços de caráter que eram completamente opostos aos atributos acalentados por eles. Apresentou-lhes um reino em que as ambições humanas e as paixões terrenas não podem encontrar entrada. ...
A obra de Cristo consistia em... elevar pessoas, que pereciam na ignorância de verdadeira piedade, para uma atmosfera pura e santa. Signs of the Times, 10 de janeiro de 1900.
A Lei de Deus Permanece Para Sempre
Todos os Seus mandamentos merecem confiança. Eles permanecem para sempre. Sal. 111:7 e 8, BLH.
"Abriu-se no Céu o templo de Deus, e a arca do Seu concerto foi vista no Seu templo." Apoc. 11:19. A arca do concerto de Deus está no santo dos santos, ou lugar santíssimo, que é o segundo compartimento do santuário. No ministério do tabernáculo terrestre, que servia como "exemplar e sombra das coisas celestiais", este compartimento se abria somente no grande dia da expiação, para a purificação do santuário. Portanto, o anúncio de que o templo de Deus se abrira no Céu, e de que fora vista a arca de Seu concerto, indica a abertura do lugar santíssimo do santuário celestial, em 1844, ao entrar Cristo ali para efetuar a obra finalizadora da expiação. Os que pela fé seguiram seu Sumo Sacerdote, ao iniciar Ele o ministério no lugar santíssimo, contemplaram a arca de Seu concerto. Como houvessem estudado o assunto do santuário, chegaram a compreender a mudança operada no ministério do Salvador, e viram que Ele agora oficiava diante da arca de Deus, pleiteando com Seu sangue em favor dos pecadores.
A arca do tabernáculo terrestre continha as duas tábuas de pedra, sobre as quais se achavam inscritos os preceitos da lei de Deus. A arca era mero receptáculo das tábuas da lei, e a presença desses preceitos divinos é que lhe dava valor e santidade. Quando se abriu o templo de Deus no Céu, foi vista a arca do Seu testemunho. Dentro do santo dos santos, no santuário celestial, acha-se guardada sagradamente a lei divina - a lei que foi pronunciada pelo próprio Deus em meio dos trovões do Sinai, e escrita por Seu próprio dedo nas tábuas de pedra.
A lei de Deus no santuário celeste é o grande original, de que os preceitos inscritos nas tábuas de pedra, registrados por Moisés no Pentateuco, eram uma transcrição exata. Os que chegaram à compreensão deste ponto importante, foram assim levados a ver o caráter sagrado e imutável da lei divina. Viram, como nunca dantes, a força das palavras do Salvador: "Até que o céu e a Terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei." Mat. 5:18.
A lei de Deus, sendo a revelação de Sua vontade, a transcrição de Seu caráter, deve permanecer para sempre, "como uma fiel testemunha no Céu". Nenhum mandamento foi anulado; nenhum jota ou til se mudou. Diz o salmista: "Para sempre, ó Senhor, a Tua palavra permanece no Céu." São "fiéis todos os Seus mandamentos. Permanecem firmes para todo o sempre". Sal. 119:89; 111:7 e 8. O Grande Conflito, págs. 433 e 434.
Guardar o Sábado
Eu sou o Eterno, o Deus de vocês. Obedeçam às Minhas leis e aos Meus mandamentos. Façam do sábado um dia sagrado, de modo que seja um sinal do acordo que fizemos. O sábado fará que se lembrem de que Eu sou o Eterno, o Deus de vocês. Ezeq. 20:19 e 20, BLH.
Por ocasião do êxodo do Egito, a instituição sabática foi distintamente colocada perante o povo de Deus. Enquanto ainda no cativeiro, seus feitores tinham-nos tentado forçar ao trabalho no sábado, acrescentando trabalho ao requerido cada semana. ... Mas os israelitas foram libertos do cativeiro, e levados a um lugar onde podiam observar todos os preceitos de Jeová sem serem molestados. No Sinai a lei foi proclamada; e uma cópia, em duas tábuas de pedra "escritas pelo dedo de Deus" (Êxo. 31:18), foi entregue a Moisés. E através de quase quarenta anos de peregrinação, constantemente foi feito lembrar aos israelitas o dia de repouso de Deus, pela contenção da queda do maná cada sétimo dia, e a miraculosa preservação da porção dobrada que caía no dia da preparação.
Antes de entrar na terra prometida, os israelitas foram admoestados por Moisés a guardar "o dia de sábado, para o santificar". Deut. 5:12. Era desígnio do Senhor que pela fiel observância do mandamento do sábado, Israel fosse continuamente lembrado de sua responsabilidade perante Ele como Seu Criador e seu Redentor. Enquanto guardassem o sábado no devido espírito, a idolatria não poderia existir; mas fossem as exigências deste preceito do decálogo postas de lado como não mais vigentes, o Criador seria esquecido, e os homens adorariam a outros deuses. "Também lhes dei os Meus sábados", declarou Deus, "para que servissem de sinal entre Mim e eles, para que soubessem que Eu sou o Senhor que os santifica." Contudo, "rejeitaram os Meus juízos, e não andaram nos Meus estatutos, e profanaram os Meus sábados; porque o seu coração andava após os seus ídolos". Em Seu apelo para que tornassem a Ele, o Senhor lhes chamou a atenção outra vez para a importância da santificação do sábado. "Eu sou o Senhor, vosso Deus", disse Ele; "andai nos Meus estatutos, e guardai os Meus juízos, e executai-os. E santificai os Meus sábados, e servirão de sinal entre Mim e vós, para que saibais que Eu sou o Senhor, vosso Deus." Ezeq. 20:12, 16, 19 e 20.
Cristo, durante Seu ministério terrestre, deu ênfase às  imperiosas exigências do sábado; em todo o Seu ensino Ele mostrou reverência pela instituição que Ele mesmo dera. Em Seus dias o sábado tinha-se tornado tão pervertido que sua observância refletia o caráter de homens egoístas e arbitrários, antes que o caráter de Deus. Cristo pôs de lado o falso ensino pelo qual os que proclamavam conhecer a Deus tinham-nO deformado. Embora seguido com impiedosa hostilidade pelos rabis, Ele não pareceu sequer conformar-Se a suas exigências, mas prosseguiu retamente, guardando o sábado de acordo com a lei de Deus. Profetas e Reis, págs. 180-183.

O Centro da Lei de Deus

Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Êxo. 20:8.

No próprio centro do decálogo está o quarto mandamento, conforme foi a princípio proclamado: "Lembra-te do dia do sábado para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a Terra, o mar e tudo que neles há e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou." Êxo. 20:8-11.
Cristo abrira a porta, ou o ministério, do lugar santíssimo; resplandecia a luz por aquela porta aberta do santuário celestial, e demonstrou-se estar o quarto mandamento incluído na lei que ali se acha encerrada; o que Deus estabeleceu ninguém pode derribar. O Grande Conflito, págs. 434 e 435.
Deus nos deu Seus mandamentos, não só para neles crermos, mas também para lhes obedecermos. O grande Jeová, depois de haver posto os fundamentos da Terra, de revestir todo o mundo com trajes de beleza, enchê-lo de coisas úteis ao homem - havendo criado todas as maravilhas de Terra e mar - instituiu então o dia do sábado e santificou-o. Deus abençoou e santificou o sétimo dia, porque nele repousou de toda a Sua maravilhosa obra da criação. O sábado foi feito para o homem, e Deus deseja que ele nesse dia deixe o trabalho, como Ele próprio descansou, após os seis dias de trabalho da criação.
Os que reverenciam os mandamentos de Jeová hão de, depois que tenham recebido luz com referência ao quarto preceito do decálogo, obedecer-lhes sem questionar a viabilidade ou conveniência de semelhante obediência. Deus fez o homem à Sua própria imagem, e deu-lhe a seguir um exemplo da observância do sétimo dia, que Ele santificou e tornou santo. Era seu desígnio que nesse dia o homem O adorasse, não se empenhando em ocupações seculares. Ninguém que desrespeite o quarto mandamento, depois de haver compreendido as reivindicações do sábado, pode ser tido como inocente à vista de Deus. ...
Mesmo no princípio do quarto preceito, disse Deus: Lembra-te, sabendo que o homem, na multidão de seus cuidados e perplexidades, seria tentado a escusar-se de satisfazer a todas as reivindicações da lei, ou, na pressão dos negócios seculares, se esqueceria de sua sagrada importância. ... Mas Ele reclama um dia, que Ele pôs de parte e santificou. Ele o dá ao homem como um dia em que possa

Procurai Manifestar a Cristo


Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. Mar. 12:30.
Vi que tudo o que divide as afeições ou tira do coração o supremo amor a Deus, ou impede que haja ilimitada e inteira confiança n´Ele, assume o caráter e toma a forma de um ídolo. Foi-me indicado o primeiro grande mandamento: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento." Mat. 22:37. Não é permitida nenhuma separação entre nossas afeições e Deus. Nada deve dividir nosso supremo amor por Ele ou nosso deleite n´Ele. Vossa vontade, anseios, planos, desejos e prazeres precisam estar todos em sujeição.
Tendes algo a aprender: exaltar o senhor Deus em vosso coração, em vossa conversação, em todos os vossos atos; e então Jesus pode ensinar-vos e ajudar-vos, ao lançardes vossa rede do lado direito da embarcação, a levá-la para a praia cheia de peixes. Mas, sem a ajuda de Cristo no arremesso de vossa rede, talvez tenhais de labutar semanas, meses e anos sem ver muito fruto de vossa labuta. ...
Examinai-vos a vós mesmos. Provai cada motivo. ... Procurai manifestar a Cristo. Testimonies, vol. 1, págs. 436 e 437.
Quando uma pessoa está inteiramente vazia do próprio eu, quando todo falso deus é expulso da alma, o vazio é preenchido com a comunicação do Espírito de Cristo. Essa pessoa possui a fé que purifica a alma de contaminação. Está de conformidade com o espírito, e pensa nas coisas do Espírito. Não confia em si mesma. Cristo é tudo em todos. Recebe com mansidão a verdade que vai sendo continuamente revelada, e rende a Deus toda a glória, dizendo: "Deus no-las revelou pelo Seu

A Lei e o Evangelho em Harmonia


Enaltecendo a Lei de Deus
Para que vos lembreis de todos os Meus mandamentos, e os cumprais, e santos sereis a vosso Deus. Núm. 15:40.

Todas as instruções dadas aos israelitas da antiguidade, no tocante a ensinarem os mandamentos a seus filhos, são para nós. Se nos tornamos descuidados e não realçamos a necessidade de observar esses mandamentos, como sei que muitos têm feito, humilhemos todos o coração diante de Deus, e efetuemos diligente e esmerada obra de arrependimento. Aprendamos a lidar compassivamente com os nossos filhos. Em seus tenros anos devem eles ser bondosa, paciente, inteligente e amorosamente instruídos em todo o serviço religioso, tornando os pais essas lições simples e atraentes, a fim de que possam mostrar a seus pequeninos o caminho do Senhor. No passado, a negligência dos pais em realizar essa obra foi sentida nas gerações futuras. ...
Manter elevada a norma da justiça requer constante e perseverante esforço; mas ninguém que é frouxo nos princípios pode ser aprovado por Deus. Nossa experiência religiosa é arruinada por permitirmos que nossos princípios sejam deturpados. Agora, mais do que em qualquer outro período da história do mundo, devemos atender à admoestação: "Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá." Mat. 24:44.
Nos tempos antigos foram continuamente dadas advertências contra a idolatria. Nesta época do mundo existe o mesmo perigo. Devemos acautelar os nossos filhos contra o ato de terem amizade com o mundo e imitarem as obras daqueles que estão em trevas. Tanto quanto possível, conservemo-

Jesus nos Amou Primeiro




Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prémio? Correi de tal maneira que o alcanceis. I Cor. 9:24.
Os competidores nos antigos jogos, depois de se haverem submetido a renúncia e rígida disciplina, não estavam ainda assim seguros da vitória. "Não sabeis vós", pergunta Paulo, "que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prémio?" I Cor. 9:24. Não importa com quanto entusiasmo e ardor tivessem corrido os competidores, o prémio seria apenas de um. A mão de um apenas agarraria o cobiçado galardão. Alguns podiam dedicar supremo esforço para obter o prémio, mas ao estenderem a mão para apanhá-lo, outro, um instante antes dele, poderia arrebatar-lhe o cobiçado tesouro.
Tal não é o caso na milícia cristã. Ninguém que se submete às condições ficará desapontado ao fim da carreira. Ninguém que seja fervoroso e perseverante deixará de alcançar sucesso. Não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes a peleja. O mais fraco dos santos, bem como o mais forte, podem alcançar a coroa de glória imortal. Podem vencer todos os que, pelo poder da divina graça, conduzem a vida em conformidade com a vontade de Cristo. A prática, nos pormenores da vida, dos princípios estabelecidos pela Palavra de Deus, é não raro olhada como coisa sem importância - assunto por demais trivial para que se lhe dê atenção. Mas considerando o que está em jogo, nada é pequeno quando ajuda ou estorva. Cada ato acrescenta seu peso na balança que determina a vitória ou fracasso na vida. E a recompensa dada aos que triunfam será proporcional à energia e fervor com que lutaram. ...
Paulo sabia que sua batalha contra o mal não terminaria enquanto ele tivesse vida. Sempre sentia a necessidade de colocar estrita guarda sobre si mesmo, para que os desejos terrestres não lograssem minar seu zelo espiritual. Com todas as suas forças continuava a lutar contra as inclinações naturais. Sempre mantinha diante de si o ideal a ser alcançado, e esse ideal procurava ele alcançar mediante voluntária obediência à lei de Deus. Suas palavras, atos e paixões - tudo era posto sob o controle do Espírito de Deus.
Era esta inteireza de propósitos para vencer na carreira pela vida eterna que Paulo ansiava ver revelada na vida dos crentes coríntios. Ele sabia que para alcançarem o ideal de Cristo, tinham eles diante de si uma luta vitalícia na qual não haveria tréguas. Insistia com eles para que lutassem

9.5.13

Exaltai a Cristo Ele é o Senhor


Exaltai-O Como o Filho de Deus
Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. Filip. 4:8.
O novo ano já se apresentou; antes, porém, de saudarmos a sua chegada, nós nos detemos para perguntar: Qual foi a história do ano que, com o seu fardo de reminiscências, passou agora para a eternidade? A admoestação do apóstolo aplica-se a cada um de nós: "Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos." II Cor. 13:5. Deus não permita que nesta hora importante fiquemos tão absortos em outras questões que não dediquemos tempo a séria, sincera e criteriosa introspecção! Sejam as coisas menos importantes relegadas a segundo plano, e demos agora prioridade àquilo que diz respeito aos nossos interesses eternos. ...
Nenhum de nós pode, em sua própria força, representar o caráter de Cristo; mas, se Jesus vive no coração, o espírito que n´Ele habita revelar-se-á em nós; será suprida toda a nossa deficiência. Quem procurará, no começo deste novo ano, obter nova e genuína experiência nas coisas de Deus? Corrigi os vossos desacertos na medida em que for possível. Confessai os vossos erros e pecados uns aos outros. Seja removida toda amargura, ira e malícia; que a paciência, a longanimidade, a bondade e o amor tornem-se uma parte de vosso ser; então tudo o que é puro, amável e de boa fama se desenvolverá em vossa experiência. ...
Que fruto demos nós durante o ano que passou? Qual foi a nossa influência sobre os outros? A quem trouxemos para o redil de Cristo? O olhar do mundo está voltado para nós. Somos cartas vivas de Cristo, conhecidas e lidas por todos os homens? Seguimos o exemplo de Jesus na abnegação, na mansidão, na humildade, na clemência, no levar a cruz, na devoção? O mundo será levado a reconhecer que somos servos de Cristo? ...
Não procuraremos, neste novo ano, corrigir os erros do passado? Compete-nos, individualmente, cultivar a graça de Cristo, ser mansos e humildes de coração, e firmes, resolutos e constantes na verdade; pois só assim poderemos crescer em santidade, e ser habilitados para a herança dos santos na luz. Comecemos o ano com a total renúncia do próprio eu; oremos por claro discernimento, para que compreendamos os direitos que o nosso Salvador tem sobre nós e para que em todas as ocasiões e em todos os lugares sejamos testemunhas de Cristo.
Signs of the Times, 4 de janeiro de 1883.
Exaltai a Jesus, vós que ensinais o povo. Exaltai-O nas exortações, nos sermões, em cânticos, em oração. Que todos os vossos esforços convirjam para dirigir pessoas confusas, transviadas e perdidas

6.5.13

A Nova Terra


"Vi um novo céu, e uma nova Terra. Porque já o primeiro céu e a primeira Terra passaram." Apoc. 21:1. O fogo que consome os ímpios, purifica a Terra. Todo vestígio de maldição é removido. Nenhum inferno a arder eternamente conservará perante os resgatados as terríveis consequências do pecado. Apenas uma lembrança permanece: nosso Redentor sempre levará os sinais de Sua crucifixão. Em Sua fronte ferida, em Seu lado, em Suas mãos e pés, estão os únicos vestígios da obra cruel que o pecado efetuou.
"A ti, ó torre do rebanho, monte da filha de Sião, a ti virá; sim, a ti virá o primeiro domínio." Miq. 4:8. O reino perdido pelo pecado, Cristo resgatou-o, e os redimidos o possuirão com Ele. "Os justos herdarão a Terra e habitarão nela para sempre." Sal. 37:29. Um receio de fazer com que a herança futura pareça demasiado material tem levado muitos a espiritualizar as mesmas verdades que nos levam a considerá-la nosso lar. Cristo afirmou a Seus discípulos haver ido preparar moradas para eles na casa de Seu Pai. Os que aceitam os ensinos da Palavra de Deus não serão totalmente ignorantes com respeito à morada celestial. E, contudo, declara o apóstolo Paulo: "as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O